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COMUNICADO: PRIMATAS, COVID-19 E SARS-CoV-2

 

 ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS QUE LIDAM COM 

PRIMATAS NÃO-HUMANOS EM CATIVEIRO OU VIDA LIVRE 

 

25 de março de 2020

 

Face aos recentes desdobramentos da pandemia de COVID-19 causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, as instituições signatárias apresentam orientações para profissionais que mantêm contato com primatas não-humanos in situ ou ex situ em âmbito nacional. 

Até o momento, não há evidências sobre a transmissão cruzada entre humanos e primatas não-humanos para COVID-19, mas a infecção in vitro do SARS-CoV-2 em macacos rhesus saudáveis confirma a compatibilidade e consequente quadro de pneumonia em primatas não-humanos. Considerando nossa estreita relação com esses hospedeiros e que outros coronavírus humanos causaram surtos em primatas com sintomas moderados a graves, somado à característica de rápida disseminação e difícil controle do COVID-19, faz-se urgente o estabelecimento de protocolos de controle e cuidados redobrados com a saúde das populações de primatas, em cativeiro e em vida livre. 

Recomendamos aos profissionais da saúde, conservação, turismo, agentes do governo, lideranças político-sociais, pesquisadores, estudantes e profissionais de instituições de cativeiro que implementem medidas protetivas para reduzir o risco de introduzir ou expor primatas ao novo coronavírus. 

     Nesse intuito, as instituições signatárias recomendam: 

  • A suspensão das atividades de turismo, pesquisa ou as práticas de lazer que envolvam a observação, visitação ou proximidade de primatas não-humanos, a fim de reduzir o risco de transmissão homem-primata; 
  • Aos profissionais de Zoológicos, Centros de Triagem, Mantenedores de Fauna e Criadouros (tratadores, estagiários, biólogos e médicos veterinários) que necessitem se aproximar de primatas, a redução das atividades ao mínimo contato possível; 
  • Às instituições com primatas em cativeiro, a realização de avaliação de risco e limitação do número de contactantes, bem como ater-se às atividades de manejo curativo, alimentar e sanitário dos recintos, conforme orientações do Conselho veterinário do Species Survival Plan® Program – Association of Zoos and Aquariums (AZA) (disponível aqui, em versão traduzida). Nesses casos, fazer o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), seguindo o Manual de Boas Práticas para o Monitoramento da Saúde e Controle de Doenças em Grandes Primatas, da International Union for Conservation of Nature (IUCN). 
  • A todas as pessoas que apresentem qualquer sintoma de gripe ou de outra doença respiratória contagiosa, que se afastem imediatamente de funções ou atividades que envolvam proximidade ou contato direto com primatas não-humanos; 
  • Que todos os cuidados listados anteriormente sejam adotados quando pesquisas em curso, inclusive aquelas em vida livre, não puderem de forma alguma ser suspensas no momento. 

Somado às boas práticas já adotadas em pesquisas e manejo de primatas em campo e cativeiro, ressalta-se a necessidade de atenção redobrada para proteger os primatas neste momento de alto risco de contaminação. Vale ressaltar que essa é uma preocupação global e que muitos países têm estabelecido recomendações semelhantes. Diante do cenário dinâmico da pandemia, entraremos em contato com novas orientações conforme necessário. 

 

Declaração conjunta das seguintes instituições:

Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (ICMBio/CPB),

Sociedade Brasileira de Primatologia (SBPr),

IUCN SSC Conservation Planning Specialist Group (CPSG Brasil),

Sociedade Latino-Americana de Primatologia (SLAPrim),

Sociedade Internacional de Primatologia (IPS),

IUCN SSC Primate Specialist Group (IUCN/SSC/PSG) e

Comissão Permanente de Proteção dos Primatas Nativos do Estado de São Paulo (Pró-Primatas Paulistas)

 

Referências no link abaixo: 

https://docs.google.com/document/d/1jl_jcFBZRHJUS2Arat8UC4QrnyqUrBQ6BXxLJkRIZuE/edit?usp=sharing 

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